O aparecimento de doenças oculares em cães e gatos é bastante comum e, se não forem tratadas corretamente, podem ter complicações graves. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer anomalia nos olhos ou no comportamento do seu animal de estimação e consultar regularmente a sua equipa veterinária para um diagnóstico e tratamento precoces.
O que é entrópio?
Entrópio é uma alteração da formação das pálpebras em que ocorre rotação interna de parte ou de todo o bordo palpebral, fazendo com que os pelos da face externa das pálpebras rocem na córnea ou conjuntiva. Nos cães, a raça mais afetada é a Shar Pei. Nos gatos, é a raça persa, embora nos gatos seja menos frequente. Se não for tratado corretamente e a tempo, os pelos e as pálpebras vão roçando a córnea, podendo causar feridas, úlceras e até cegueira.
É importante manter uma higiene adequada, limpando as remelas e estando atento ao lacrimejo. Em caso de dúvida, consulte a sua equipa veterinária para um diagnóstico correto.
É necessário ter em conta que as pálpebras desempenham um papel crucial na saúde ocular dos animais, tal como acontece nos humanos. A pálpebra funciona como uma barreira protetora do globo ocular e elimina resíduos do saco conjuntival e da córnea. Além disso, produz e distribui as lágrimas, um elemento essencial para a hidratação do olho. Portanto, se surgirem problemas nas pálpebras e não forem tratados corretamente, podem afetar a superfície ocular, causando desconforto, remelas e úlceras.
Raças propensas a ter entrópio
Embora praticamente qualquer cão possa desenvolver entrópio, existem algumas raças que estão mais predispostas a sofrer desta condição:
- Bloodhound
- Bulldog
- Chow Chow
- Labrador Retriever
- Rottweiler
- Shar Pei
Tipos e causas do entrópio em animais
Existem 3 tipos de entrópio:
- Anatómico: tem base genética, é o mais comum, existindo várias raças predispostas.
- Adquirido: consequência de processos dolorosos, traumatismos o problemas de peso
- Senil: ocorre em animais idosos que têm excesso de pele na cabeça, como o Cocker Spaniel.
De acordo com a raça predisposta, o entrópio pode ter variadas apresentações: superior, inferior, afetar ambas as pálpebras ou só parte das pálpebras.
Os sintomas do entrópio
Os sintomas variam e dependem da severidade do entrópio. Em geral, ocorre corrimento e congestão ocular, o animal fecha mais o olho afetado, pode notar-se a superfície ocular mais baça ou mesmo esbranquiçada (quando ocorrem úlceras da córnea).
Os sintomas começam a manifestar-se desde cedo e por vezes é necessário recorrer a técnicas de recolocação palpebral até atingirem idade para fazer a correção cirúrgica das pálpebras.
Como tratar o entrópio
Em geral, o tratamento mais comum do entrópio é a cirurgia. Existem várias técnicas cirúrgicas, que se adaptam ao tipo e ao grau da condição que o paciente apresenta. Nos cães adultos, geralmente remove-se um pedaço de pele para que a pálpebra possa voltar a funcionar corretamente e dobrar-se para fora. No entanto, nos casos de cachorros, costuma-se recorrer a um pequeno grampo temporário que ajuda a pálpebra até que o cão esteja completamente desenvolvido e possa ser operado.
É importante tratar o entrópio o mais cedo possível, porque, se deixar por muito tempo, a pálpebra e os cílios irão arranhar cada vez mais a córnea, aumentando o risco de ferimentos oculares. Isto pode resultar em úlceras e cicatrizes corneanas, que podem até causar cegueira.