O que é a Leishmaniose Canina?
A leishmaniose canina é uma doença parasitária grave do cão, causada por um protozoário (parasita microscópio), denominado Leishmania, que é transmitido por um flebótomo – inseto relativamente parecido com um mosquito, mas mais pequeno.
A Leishmaniose é uma zoonose, ou seja, pode transmitir-se ao humano e outros animais, como gatos. Em Portugal, a transmissão ao humano é rara e considerada acidental.
Algumas raças, como é o caso do Pastor Alemão, do Boxer, do Doberman e Cocker Spaniel têm maior risco de ter leishmaniose. Quando se fala de leishmaniose canina, prevenir é definitivamente o melhor remédio.
Como se transmite a Leishmaniose canina?
A Leishmaniose transmite-se através do flebótomo. A transmissão nunca ocorre de cão para cão ou de cão para o humano, pois é sempre necessária a presença do inseto vetor – o flebótomo.
O que é o flebótomo?
Os flebótomos são insetos de pequeno tamanho, com pilosidades e duas asas (2,5 a 3 mm de largura) que, ao contrário dos mosquitos, não emitem um zunido quando voam.
A cor varia entre o amarelo-claro e o castanho-escuro. Os flebótomos mantêm-se ativos desde o início do calor, normalmente em abril e estendem-se até setembro. Em anos mais quentes pode iniciar-se em março e terminar em novembro, a prevalência está a aumentar com as alterações climáticas.
É neste período que pode ocorrer a transmissão da Leishmaniose canina. O período de atividade dos flebótomos começa ao entardecer e continuar até amanhecer. Os flebótomos da área do mediterrâneo preferem noites amenas (não menos do que 16ºC) e não podem voar com ventos muito fortes.
Qual é o risco de um cão ser infetado com a doença?
Se o seu cão não receber qualquer proteção o risco pode ultrapassar os 20%. Esta é a percentagem de cães infetados nas regiões mais problemáticas.
O risco é maior se o seu cão permanecer em regiões onde a prevalência é elevada, onde as condições climáticas são mais favoráveis (temperatura, humidade, etc.) ou se permanecer fora de casa desde o entardecer até ao amanhecer.
Leishmaniose canina na Europa
A leishmaniose canina é especialmente alarmante na região do Mediterrâneo, principalmente no sul da Europa (sul da França, Espanha, Portugal, Itália, Grécia). Está a disseminar-se ativamente desde a região mediterrânica para o norte da Europa.
Onde é que ocorre a Leishmaniose Canina em Portugal?
Grande parte de Portugal Continental é endémico, ou seja, a doença prevalece com índices significativos. As regiões mais afetadas são Castelo Branco e Portalegre, com 26% ou mais. Bragança, Guarda, Coimbra, Santarém, Setúbal e Faro com 15-20%.
Quais os sinais clínicos mais frequentes nos cães?
O primeiro sinal clínico mais habitual da Leishmaniose canina é a perda de pelo, sobretudo em redor dos olhos, nariz, boca e orelhas. À medida que a doença progride, o cão perde peso.
É habitual o desenvolvimento de uma dermatite ulcerativa (com feridas) que se pode disseminar por toda a superfície corporal do cão. São também habituais feridas da pele, na cabeça e membros, principalmente nas áreas que contactam com o chão quando o cão está sentado ou deitado.
Numa fase mais avançada, começam a observar-se sinais relacionados com a insuficiência renal crónica, que, entretanto, se desenvolve – os cães começam a urinar muito e a beber muita água.
Os principais sintomas Leishmaniose canina
- Perda de peso e de pêlo
- Dermatite ulcerativa (com feridas)
- Insuficiência renal crónica
Como se previne a Leishmaniose canina?
A prevenção é a medida mais importante, uma vez que os tratamentos existentes não permitem eliminar definitivamente a infeção, podendo os animais apresentar recidivas passados meses ou anos. As medidas preventivas mais importantes são:
- Uso de produtos que diminuem a probabilidade das picadas dos flebótomos nos cães como coleiras ou pipetas, mesmo nos animais em que a doença já foi diagnosticada;
- Evitar os passeios, sobretudo entre o entardecer e o amanhecer, pois corresponde ao período de maior atividade dos flebótomos transmissores;
- Assegurar um bom estado de saúde do animal, para proteger o seu sistema imunitário. Uma boa alimentação, a vacinação e a desparasitação regulares são outras medidas de prevenção que ajudam o seu cão;
- Efetuar rastreios anuais da Leishmaniose Canina. Estes permitirão o diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, um tratamento mais eficaz;
- Vacinar o seu cão contra a Leishmaniose Canina. Poderá aconselhar-se com o seu Médico Veterinário sobre a vacina. A prevenção é fundamental para reduzir o número de casos de Leishmaniose nos animais.
- Pipeta Antiparasitária: Aplica-se a cada 3,4 ou 5 semanas para evitar o picada do mosquito e assim evitar a infeção.
- Coleira Antiparasitária: Aplica-se entre 6 e 12 meses para evitar a picada do mosquito e assim evitar a infeção.
- Vacina: Teste prévacinal para diagnosticar se está infetado e vacina Leishmaniose para disminui o risco de desenvolver a doença.
AniCura Santa Marinha Hospital Veterinário