Carraças: tudo o que precisa de saber

A carraça é o parasita que maior número de doenças transmite. Desde que sai do ovo, necessita de sangue para se alimentar, ancorando-se fortemente na pele do animal. É nesse momento que se pode produzir o contágio dos parasitas que alberga.

A carraça passa todo o seu ciclo de vida sobre um, dois ou três hospedeiros. Só as fêmeas depositam ovos no meio ambiente e quando estes eclodem, dando lugar a uma larva, o ciclo reinicia-se sobre um novo hospedeiro.

Uma carraça fêmea pode chegar a produzir entre 3000 e 4000 ovos ao longo da sua vida.

Como é que a carraça pode afetar a saúde do meu cão?

Para além do incómodo que uma carraça pode causar, o maior perigo reside no risco de transmissão de doenças graves. Quando uma carraça infeta um animal, fixa-se à sua pele através do seu aparelho bucal e suga o sangue. Se o animal estiver infetado, a carraça absorverá também o agente patológico e poderá transmiti-lo ao próximo hospedeiro, seja outro animal ou um ser humano. 

Durante o seu desenvolvimento até alcançar a maturidade, o tamanho de uma carraça pode aumentar até 4 vezes, pelo que a quantidade de sangue que necessita para se alimentar pode provocar anemia no animal quando a infestação é intensa.

As carraças preferem as zonas do corpo onde a pele é mais fina e onde há maior irrigação (orelhas, nuca, entre os dedos das patas, à volta dos olhos) e aderem com tal intensidade que, se uma carraça é arrancada do cão de uma forma incorreta, o seu aparelho bocal permanece enterrado na pele, o que pode provocar lesões e infeções.

Doenças transmitidas pelas carraças nos cães

As carraças podem causar irritação ou infeção no local onde se fixam à pele, mas também podem ser portadoras e transmitir infeções de um animal para outro. Elas transmitem uma variedade de organismos causadores de doenças, incluindo protozoários, bactérias, riquétsias e alguns vírus.

As carraças transmitem várias doenças graves, sendo as mais comuns a babesiose, a erliquiose monocítica e a hepatozoonose. Algumas destas doenças podem ser transmitidas por qualquer tipo de carraça, enquanto outras dependem da espécie. 

Assim, o risco de contágio varia consoante as espécies de carraças presentes numa determinada região geográfica. Na Europa, predominam espécies pertencentes aos géneros Ixodes sp., Rhipicephalus sp. e Dermacentor sp., embora também existam carraças dos géneros Haemaphysalis e Hyalonema.

Os cães podem ter infestações esporádicas com apenas algumas carraças, ou infestações maciças, dependendo da quantidade de tempo que permanecem no habitat das carraças e da dimensão da população de carraças.

As principais doenças transmitidas são:

  • Babesiose: Doença causada pela Babesia canis e Babesia gibsoni, caracterizada por febre, anorexia e anemia. É fatal, se o cão não for tratado a tempo.
  • Borreliose ou Doença de Lyme: Das zoonoses transmitidas por carraças esta é uma das que merece mais destaque. É causada pela bactéria Borrelia burgdorferi que produz quadros de febre, anorexia, poliartrite, miopatias e adenopatias.
  • Ehrlichiose: Doença causada pela bactéria Ehrlichia canis que, na fase aguda, causa febre, problemas respiratórios, edema e vómitos.

Para reduzir o risco de transmissão de doenças ao seu cão, precisa de uma solução que efetivamente afaste e elimine as carraças. Existem agora novas soluções que funcionam de forma diferente das soluções convencionais.

Sintomas das doenças transmitidas por carraças 

Em casos de infestação intensa e prolongada, as carraças podem causar anemia devido à perda de sangue. No entanto, o maior risco está nas doenças que transmitem, algumas das quais podem ser fatais se não forem detetadas e tratadas a tempo. 

Entre os sintomas mais comuns da babesiose e da erliquiose encontram-se fadiga, perda de apetite, febre, sangramento nasal (epistaxe), petéquias e até perda de peso. 

Nos cães infetados com Babesia, a urina pode tornar-se hiperpigmentada (de cor muito escura) e as mucosas podem apresentar-se pálidas devido à anemia. 

Carraças: prevenir é essencial! 

Tal como acontece com muitas outras doenças, a prevenção é a melhor solução. 

Examine o pelo do seu cão após os passeios 

Para reduzir o risco de picadas de carraças, é aconselhável inspecionar o pelo do seu cão sempre que regressa de um passeio. Escove-o cuidadosamente, pois a carraça pode demorar algum tempo até decidir onde se fixar. 

Use tratamentos preventivos 

Existem vários produtos farmacêuticos eficazes para proteger os cães contra as carraças e, consequentemente, contra as doenças que transmitem. Estes incluem: 

  • Pipetas
  • Comprimidos mastigáveis
  • Coleiras antiparasitárias 

Cada um destes métodos contém substâncias com diferentes efeitos: algumas repelem as carraças, impedindo-as de percorrer a pele do animal, enquanto outras eliminam qualquer carraça que entre em contacto com a pele. Alguns tratamentos duram toda a estação, enquanto outros necessitam de ser reaplicados mensalmente. 

É fundamental seguir as indicações do fabricante ao aplicar estes produtos. Lembre-se de que alguns desparasitantes para cães são altamente tóxicos para gatos. Leia sempre o folheto antes de usar qualquer produto.

O que fazer se encontrar uma carraça no seu cão? 

Se a carraça já estiver fixada na pele, não a tente remover imediatamente! 

Caso encontre uma carraça no seu cão, deve retirá-la o mais rapidamente possível, mas sem provocar o esvaziamento das suas glândulas salivares. Quanto mais tempo permanecer no animal, maior será o risco de infeção. 

As carraças transmitem doenças através da saliva, e se forem removidas de forma incorreta, podem libertar ainda mais agentes patogénicos na corrente sanguínea do cão. 

Como remover corretamente uma carraça? 

  • Use uma pinça própria para remoção de carraças. Estas pinças evitam que a saliva do parasita entre na corrente sanguínea do cão. 
  • Se não tiver uma pinça específica, aplique primeiro um produto antiparasitário. Aguarde até a carraça morrer antes de removê-la. 
  • Não use óleos, pomadas ou humedeça a área antes da remoção. Estes métodos não são eficazes e podem aumentar o risco de infeção. 

Quando deve levar o seu cão ao veterinário? 

Deve consultar um veterinário se notar que o seu cão apresenta: 

  • Deterioração geral do estado de saúde
  • Febre
  • Falta de apetite
  • Cansaço extremo
  • Dificuldade em movimentar-se
  • Dores articulares ou musculares 

Não se esqueça de mencionar ao veterinário que o seu cão foi picado por carraças.  

Mais informações sobre as carraças 

Existem diferentes espécies de carraças, e cada uma tem habitats preferenciais. Algumas são mais comuns em florestas e áreas de vegetação alta, especialmente locais húmidos e sombreados. Outras adaptaram-se a ambientes urbanos, como jardins e parques. 

O ciclo de vida da carraça dura entre 2 e 6 anos, passando pelas fases de ovo, larva, ninfa e adulto. Em todas estas fases, precisa de sangue para se desenvolver, mas pode sobreviver longos períodos sem se alimentar. 

Quando está ativa, posiciona-se em locais estratégicos à espera de um hospedeiro. Assim que deteta movimento, dióxido de carbono ou odores específicos, agarra-se ao pelo do animal e perfura a pele com o seu aparelho bucal, que contém pequenas puas para garantir uma fixação firme. Depois disso, começa a sugar sangue.

Em caso de dúvidas, não hesite em contactar o seu Médico Veterinário.

AniCura Santa Marinha Hospital Veterinário

 

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