As celebrações de fim de ano começam oficialmente, trazendo consigo as reuniões familiares, os jantares tradicionais, as luzes e os fogos de artifício que marcam o espírito natalício. No entanto, esta época, que para nós pode parecer mágica e divertida, pode ser motivo de medo e stress para os nossos animais de estimação, sobretudo devido ao barulho dos foguetes e petardos. Descubra os cuidados a ter no Natal com o seu animal de estimação.
Por que os foguetes afetam tanto cães e gatos?
A pirotecnia gera sons intensos que afetam o aparelho auditivo dos animais, causando alterações no comportamento, medos e até fobias, comprometendo seriamente o bem-estar do animal. De facto, entre todos os problemas relacionados com medo em cães, a fobia mais comum está associada a ruídos altos, como os produzidos por petardos e foguetes.
Este tipo de som afeta todos os animais ao nosso redor, tanto em ambientes urbanos como rurais. Como o ouvido dos animais é significativamente mais sensível do que o dos humanos, os sons das explosões não só são perturbadores, como podem causar danos graves à audição. Por exemplo, os cães conseguem ouvir até 60.000 Hz, enquanto os humanos não percebem sons acima de 20.000 Hz — apenas um terço da capacidade auditiva dos cães.
Sinais de medo em animais devido a foguetes ou petardos
Como saber se o seu animal está assustado com os fogos de artifício? Em cães e gatos, o medo pode manifestar-se desde uma ligeira inquietação até um estado de ansiedade intensa. Os sinais mais comuns observados em cães incluem:
- Paralisia ou imobilidade;
- Comportamentos de evasão ativa (como tentativas incontroláveis de fuga ou de se esconder);
- Tremores;
- Taquicardia;
- Postura encolhida, com patas dobradas, orelhas para trás e cauda entre as patas.
Nos gatos, muitos sinais podem passar despercebidos, pois geralmente tentam esconder-se ou fugir. Em alguns casos, podem correr atrás dos explosivos, o que traz riscos adicionais.
Como agir se o seu animal tiver um ataque de pânico no Natal?
Estes sinais de medo podem desencadear um ataque de pânico no seu amigo de quatro patas. Nestes casos, o mais importante é manter a calma e não repreender ou bloquear o animal. Permaneça por perto, falando de forma tranquila e suave. Se ele permitir, faça-lhe festas suaves, mas durante o ataque de pânico, evite tentar brincar ou distraí-lo, pois isso pode aumentar a sobrecarga sensorial.
Em situações críticas que não consigamos controlar, é imprescindível recorrer ao serviço de urgência veterinária mais próximo para obter ajuda.
Como cuidar do seu animal no Natal: antes, durante e depois dos fogos de artifício
O principal para prevenir o stress nos nossos animais é garantir-lhes um ambiente tranquilo durante as festividades. Como medida preventiva, no caso dos cães, é recomendável levá-los a passear sempre com trela, para evitar fugas causadas pelo som inesperado de petardos ou foguetes.
Prepare também um espaço acolhedor e seguro onde o animal possa estar o mais tranquilo possível. Este espaço deve estar afastado do barulho e deve ser preparado com antecedência para que o animal se habitue. É útil incluir objetos de que ele goste (peluches, almofadas, cama...), para associar o local a algo positivo. No caso dos gatos, pode até pulverizar o espaço com feromonas felinas, ajudando-os a relaxar mais rapidamente.
Durante as celebrações, quando os foguetes e petardos começam, os animais devem permanecer dentro de casa, com janelas, persianas e portas fechadas para reduzir o impacto dos ruídos externos. Distrair o animal com alimentos ou brincadeiras, bem como usar música calma para camuflar os sons, pode ajudar a minimizar o stress.
Outros cuidados no Natal: indigestões e intoxicações
É importante lembrar que, nesta época, os foguetes não são os únicos inimigos dos nossos animais de estimação. O Natal é uma altura delicada, pois existem vários riscos para cães e gatos. Entre as emergências mais frequentes, destacam-se os casos relacionados com indigestões e intoxicações. Muitos alimentos são perigosos para os animais. Por isso, é fundamental evitar que eles os consumam, prevenindo problemas gastrointestinais ou até situações fatais.