Doenças orais afetam cerca de 80% dos cães e gatos com mais de três anos de idade

A saúde começa pela boca, e para os animais de companhia, que exploram o mundo com ela, a atenção deve ser redobrada.

A higiene oral é fundamental nos cães e gatos! Estudos indicam que as doenças orais afetam cerca de 80% de cães e gatos com mais de três anos.1 Esse problema pode originar condições mais sérias, pois as bactérias presentes na cavidade oral podem entrar na corrente sanguínea e afetar órgãos vitais, como rins, fígado e coração, causando lesões graves.2 A solução? Bom cuidado dental.

A doença periodontal

A doença periodontal é uma das condições orais mais comuns, afetando cerca de 70% dos gatos e 80% dos cães com dois anos de idade3. Esta patologia é causada pela acumulação de bactérias na superfície do dente, formando placa bacteriana e, posteriormente, tártaro. Este processo provoca inflamação gengival, conduzindo a gengivite e periodontite. Os sintomas mais comuns incluem:

  • halitose (mau hálito),
  • eritema gengival,
  • sangramento espontâneo,
  • alterações de cor nos dentes
  • mobilidade ou perda de dentes.4

A Dra. Rita von Bonhorst, médica veterinária no AniCura Arco do Cego Hospital Veterinário, alerta para a importância de realizar check-ups dentários regulares. “Numa primeira fase, realizamos uma avaliação completa da boca do animal, observando os dentes, mordida e gânglios linfáticos. Também fazemos uma avaliação geral da saúde e, como antes de qualquer anestesia, exames ao sangue para garantir que o animal pode ser submetido a procedimentos”.

Se houver necessidade de intervenção, a doutora explica que o processo envolve exames radiográficos, limpeza dentária completa e, se necessário, extração de dentes comprometidos. “Muitas vezes, um dente pode parecer saudável externamente, mas esconder problemas sob a gengiva”, acrescenta.

Um exemplo desta realidade é o caso do Diego, um cão de 10 anos que chegou à urgência veterinária com dor intensa e dificuldade em comer. Com sintomas como espirros reversos e sinais de rinite, foi diagnosticado com doença periodontal em estado avançado e uma fístula oro-nasal, causada pela infeção na raiz de um dente canino comprometido.

Apesar de algumas dificuldades durante a intervenção, a extração do dente e o encerramento da fistula foram realizados com sucesso, permitindo uma recuperação satisfatória. Após nova avaliação, outras extrações foram necessárias, e o Diego voltou a alimentar-se normalmente, apresentando-se agora assintomático e com boa cicatrização gengival.

Para evitar casos semelhantes, a escovagem diária dos dentes, uma alimentação adequada e o uso de antissépticos orais são essenciais. Visitas regulares ao veterinário para check-ups dentários também desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde oral dos animais de companhia.

Referências

  1. Zouain, Fernanda (2024) DOENÇA PERIODONTAL GRAU QUATRO EM UM CÃO: Relato de caso. Disponível em: https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/3089/1/Fernanda%20Zouain%20Rodrigues%20dos%20Santos.pdf 
  2. Alves da Fonseca et al (2011) Análise microbiológica da placa bacteriana da doença periodontal em cães e o efeito da antibioticoterapia sobre ela. Disponível em: (PDF) Microbiological analysis of bacterial plaque of periodontal disease on dogs and effects of antibioticotherapy on it
  3. Global Dental Guidelines, World Small Animal Veterinary Association (WSAVA). Consultado em março de 3035. Disponível em: https://wsava.org/global-guidelines/global-dental-guidelines/
  4. Tavares et al. (2023) Bacterial community associated with gingivitis and periodontitis in dog. Disponível em: Bacterial community associated with gingivitis and periodontitis in dogs - ScienceDirect

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