Os parasitas nos animais de estimação são um problema comum que afeta tanto a sua saúde como a dos seus cuidadores. Estes organismos podem ser internos, como lombrigas, ou externos, como pulgas e carraças. Uma desparasitação adequada é fundamental para prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida do seu animal de estimação e proteger toda a família.
Embora todos os animais possam ter parasitas, os gatos podem ter pulgas, os cães tendem a ser os mais propensos devido ao seu contacto frequente com o exterior. A seguir, explicamos como identificar os parasitas, o que fazer caso o seu animal de estimação os tenha e como realizar uma desparasitação eficaz.
Parasitas externos: pulgas e carraças
As infestações com parasitas externos podem ocorrer em qualquer época do ano, apesar de apresentarem picos de incidência na Primavera e Outono. Assim sendo recomenda-se a utilização de ectoparasiticidas ao longo de todo o ano.
Se existirem outros animais em casa ou que contactem regularmente com o seu cão, deve garantir que todos fazem uma prevenção adequada, já que animais não tratados podem funcionar como fonte de novas infestações e contaminar o ambiente.
Infestação por pulgas
As pulgas são parasitas externos, de pequenas dimensões, que se alimentam do sangue de mamíferos e aves. Eles dependem do hospedeiro para se alimentar e proteger.
Além do incómodo das picadas, alguns cães são alérgicos à saliva da pulga, manifestando dermatites pruriginosas, difíceis de controlar. Existem ainda alguns agentes patogénicos transmitidos pela pulga. As pulgas nos cães são muito comuns.
A infestação com pulgas ocorre muito facilmente, durante um passeio curto à rua ou ao jardim, por exemplo, independentemente das condições higiénicas do seu ambiente. A pulga salta para o hospedeiro e em poucos minutos inicia a sua alimentação. À medida que se alimenta esta vai também reproduzir-se, depositando ovos na superfície da pele do cão e na casa. Estes ovos, em ambiente doméstico poderão originar novas pulgas, perpetuando assim a infestação. Uma pulga pode depositar até 50 ovos por dia! Assim sendo, o tratamento do cão e o controlo ambiental devem fazer-se de forma integrada.
- Tratar o cão a fim de eliminar rapidamente as pulgas adultas do animal – aconselhe-se com o seu médico veterinário sobre o produto a utilizar.
- Aspirar todos os compartimentos da casa, incluindo carpetes, tapetes, sofás e almofadas.
- Lavar com água quente todos os têxteis (camas, mantas, etc…).
- Em casos de infestações graves existem produtos de aplicação ambiental que têm como objetivo eliminar ovos e pulgas adultas.
- Posteriormente fazer um rigoroso plano de prevenção.
Infestação por carraças
As carraças são parasitas que têm como hospedeiro preferencial o cão. Estas picam e fixam-se através do seu aparelho bucal à sua pele e alimenta-se de sangue. Para além das alterações cutâneas no ponto de penetração da carraça, estas são também responsáveis pela transmissão de doenças graves, tanto aos animais como ao Homem. A designação “febre da carraça” é utilizado para descrever um conjunto de doenças transmitidas pela picada da carraça, tais como a Babesiose ou a Erliquiose, que têm como principais manifestações clínicas a apatia, anorexia e febre, podendo associar-se a uma coloração alaranjada da urina.
Encontrar uma carraça presa à pele do seu cão não significa necessariamente infestação de carraças ou que esta lhe tenha transmitido uma doença. No entanto, é importante removê-la e fazê-lo corretamente, para que seja retirado o ponto de fixação. Pode utilizar uma pinça ou uma própria para o efeito. O importante é que agarre a carraça o mais próximo possível da pele do animal.
Deve rodar a pinça até que se solte da pele. Após extração da carraça limpe e desinfete a pele. Inspecione diariamente a zona até à cicatrização completa. Caso a ferida se complique ou o cão demonstre sinais de doença, como febre, diminuição do apetite ou prostração consulte o seu médico veterinário.
Parasitas internos
Existem muitos parasitas que afetam o aparelho digestivo do cão, os mais comuns são os nemátodes (vulgarmente designados por lombrigas) e os céstodes, também conhecidos por ténias. Os parasitas vivem, alimentam-se e reproduzem-se no seu hospedeiro. Os animais e as pessoas contaminam-se pela ingestão de formas infestantes (contacto com terra ou fezes de animais) ou durante a gestação ou amamentação. A desparasitação “interna” é uma rotina importante no plano de medicina preventiva, já que estes constituem um risco para a saúde dos animais, mas também para a das pessoas que com eles contactam.
Como saber se o meu animal de estimação tem parasitas
Detetar parasitas no seu animal de estimação pode ser simples se prestar atenção a certos sintomas e sinais:
Parasitas internos:
- Sintomas digestivos: Diarreia, vómitos, perda de apetite ou abdómen inchado.
- Alterações no peso: Perda de peso inexplicável, mesmo que o animal coma normalmente.
- Pelagem opaca: Um sinal de que o estado de saúde geral não está bom.
- Presença nas fezes: Pode notar lombrigas ou segmentos brancos semelhantes a grãos de arroz.
Parasitas externos:
- Comichão constante: Coçar-se frequentemente, especialmente nas orelhas, pescoço ou cauda.
- Irritação na pele: Vermelhidão, crostas ou inflamação.
- Parasitas visíveis: Pulgas, carraças ou os seus excrementos (pequenos pontos negros na pelagem).
O que fazer se o meu animal de estimação tem parasitas
Se houver algum sinal de parasitas em seu cão, tome estas medidas
Desparasitação do meu animal de estimação
A desparasitação deve ser uma prática regular para proteger a saúde do seu animal de estimação. O plano de proteção antiparasitária deve incluir a administração de desparasitantes internos e externos. Este pode variar e deve ser adaptado pelo seu veterinário ao seu cão, em função do risco.
Estabeleça um calendário de desparasitação:
- Cachorros: Precisam de desparasitação interna mais frequente, geralmente a cada 2-3 semanas até aos 3 meses de idade.
- Adultos: Uma desparasitação interna a cada 3-6 meses é suficiente, dependendo do estilo de vida.
- Externos: A prevenção contra pulgas e carraças deve ser feita mensalmente na maioria dos casos.
Utilize produtos de qualidade:
Escolha antiparasitários recomendados pelo veterinário. Evite remédios caseiros ou produtos genéricos, que podem ser ineficazes ou perigosos.
Adapte a desparasitação ao ambiente:
Se vive em áreas rurais ou viaja frequentemente com o seu animal, pode ser necessário intensificar as medidas preventivas.
Controle os hábitos do seu animal:
Evite que ele beba água estagnada, coma fezes de outros animais ou tenha contacto com fauna selvagem, pois estas são fontes comuns de parasitas.