A rutura do ligamento cruzado cranial (LCCr) provoca instabilidade da articulação do joelho. Esta instabilidade, rotacional e de translação, conduz ao aparecimento de osteoartrite.
As diferentes técnicas cirúrgicas descritas para estabilização do joelho visam neutralizar o deslizamento tibiofemoral que ocorre após lesão do LCCr. A magnitude do deslocamento tibial cranial é função das forças de reação externas, das forças musculares internas e da inclinação da meseta tibial.
A técnica cirúrgica mais usada para promover essa estabilidade, neutralizando dinamicamente a translação cranial da tíbia em situações de deficiência do LCCr é a Osteotomia de Nivelamento da Meseta Tibial (TPLO).
O principal objectivo da TPLO é a estabilização funcional da articulação do joelho durante o andamento, neutralizando o movimento de translação cranial tibiofemoral através da correção da inclinação da meseta tibial. Isto é conseguido pela osteotomia radial da região proximal da tíbia e a rotação subsequente do fragmento proximal para um ângulo de aproximadamente 6 graus da meseta tibial. Estas alterações das forças mecânicas que atuam ao nível da articulação femuro-tíbio-patelar tornam a existência do LCCr desnecessária. O nivelamento da meseta tibial para um ângulo de 6 graus elimina eficazmente a subluxação cranial da tíbia, convertendo a translação tibial cranial num deslocamento tibial caudal, o qual é limitado pelo ligamento cruzado caudal intacto.
Carlos Adrega, MV