Disponibilizamos um serviço integrado de cardiologia com apoio do serviço de urgências 24h que muitas vezes é essencial no acompanhamento de retaguarda de pacientes cardíacos. Possuímos também meios complementares de diagnóstico in loco, tais como, ecocardiografia e eletrocardiografia.
Doenças cardíacas caninas
Com o aumento da esperança média de vida dos nossos animais de companhia, pelos avanços da medicina veterinária e melhoria dos cuidados de saúde prestados, há também uma prevalência crescente das doenças cardíacas. Estima-se que mais de 10% dos animais apresentados à consulta veterinária tenham doença cardíaca.
As doenças cardíacas adquiridas, as que se desenvolvem ao longo da vida dos nossos animais, são inegavelmente as que têm maior prevalência. Entre estas, a doença degenerativa valvular é sem dúvida a causa mais frequente de doença cardíaca na população canina, representando cerca de 75% do total dos casos de doença cardíaca. Tem uma prevalência de 14-15% em cães adultos de raça pequena relativamente a outras patologias, sendo que esta percentagem aumenta dramaticamente com a idade.
A cardiomiopatia dilatada é a segunda doença cardíaca adquirida mais frequente em cães, contando com uma prevalência de 0,2-6% relativamente a outras doenças em cães adultos de raça grande.
Doenças cardíacas mais frequentes em cães adultos:
Doença Degenerativa Valvular:
As válvulas cardíacas tornam-se gradualmente mais permeáveis à medida que envelhecem e,
em vez de fecharem eficazmente, deixam que algum sangue volte para trás em cada batimento cardíaco, levando a um aumento da pressão nas câmaras cardíacas (átrios) e a uma diminuição do sangue a ser distribuído pelo organismo.
Particularmente frequente em cães de porte pequeno:
- Cavalier King Charles
- Spaniel Shih Tzu
- Caniche (miniatura e toy)
- Dachshund
- Yorkshire Terrier
- Pequinês
- Schnauzer Miniatura
- West Highland White Terrier
- Fox Terrier
- Cairn Terrier
- Chihuahua Papillon
- Pinscher Miniatura
- Bichon Frisé
Cardiomiopatia Dilatada:
Caracteriza-se por uma redução gradual e progressiva da contratilidade miocárdica, ou seja, as contrações do músculo cardíaco ficam gradualmente mais fracas, fazendo com que o sangue não seja bombeado eficazmente. Isto leva a uma sobrecarga de volume do coração e consequente dilatação das câmaras cardíacas.
Particularmente frequente em cães de raças grandes:
- Dogue Alemão
- São Bernardo
- Serra da Estrela
- Cocker Spaniel Inglês
- Doberman Pincher
- Terra Nova
- Boxer
- Airdale Terrier
- Labrador Retriever
- Irish Wolfhound
Mesmo tendo em conta o maior risco em algumas raças, estas doenças cardíacas podem ser encontradas em diversos graus em todas as raças de cães, incluindo cães sem raça definida.
O termo doença cardíaca congénita refere-se à ocorrência de malformações no coração ou nos grandes vasos adjacentes, presentes ao nascimento, causadas por alterações em determinadas fases do desenvolvimento embrionário do coração fetal.
Estes defeitos podem levar ao aparecimento de sinais clínicos graves logo nos primeiros meses/anos de vida ou apenas mais tarde em adulto, dependendo do defeito.
Apesar da prevalência real das doenças cardíacas congénitas em cães não ser conhecida, dados provenientes de vários estudos indicam que a sua prevalência global varia entre 0.46 a 0.85% em relação a todas as doenças (consideravelmente menor do que as doenças adquiridas). Estes dados estão, no entanto, provavelmente subestimados, pois muitos animais são assintomáticos e outros morrem antes do diagnóstico ser realizado.
Entre as doenças cardíacas congénitas caninas encontram-se a estenose pulmonar e aórtica, defeitos de septo interventricular e interatrial, ducto arterioso persistente, displasia valvular tricúspide e mitral, entre outras.
Doenças cardíacas felinas
O número de gatos com diagnóstico de doença cardíaca tem vindo a aumentar nos últimos anos, em parte devido à melhoria dos meios de diagnóstico, como a ecocardiografia que veio permitir um diagnóstico mais preciso da doença, mas também pelo aumento da popularidade dos gatos como animal de estimação.
Entre as doenças cardíacas felinas a Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) é sem dúvida a doença cardíaca mais frequente, com uma elevada taxa de ocorrência nesta espécie (cerca de 67% das doenças cardíacas). Esta caracteriza-se pela hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (aumento da espessura do músculo cardíaco) com comprometimento do relaxamento ventricular, culminando com o desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva.
Esta doença tem uma apresentação clínica bastante variável. Alguns gatos apresentam a forma assintomática, permanecendo assim durante quase toda a vida e manifestando-a apenas já com idade avançada. Outros são afetados pela forma mais severa da doença, que pode resultar em insuficiência cardíaca ou morte súbita em idades jovens.
Esta doença manifesta-se mais frequentemente em gatos de raça pura, apesar do seu diagnóstico ser cada vez mais frequente em gatos de raça indeterminada.
As raças mais afetadas, geralmente correspondem a raças médias e grandes:
- Main Coon
- Ragdoll
- Persa
- British
- American Shorthairs
A faixa etária afetada pela CMH é variável, abrangendo idades entre os 3 meses de idade até aos 17 anos de idade, geralmente afetando em média gatos de 4 a 7 anos de idade.
Outras doenças cardíacas felinas também diagnosticadas, com prevalências muito inferiores, incluem a Cardiomiopatia Restritiva, Cardiomiopatia Dilatada e a Cardiomiopatia
Arritmogénica Ventricular Direita.
Como doenças cardíacas congénitas felinas, com prevalências ainda menores, surgem as displasias valvulares (tricúspide e mitral) e os defeitos de septo interventricular, entre outras.